
Queridos irmãos religiosos e leigos da Família Pavoniana,
Finalizamos o mês de maio, celebrando a festa de nosso padre fundador. Vimos, pelas mensagens chegadas pelo WatsApp, as bonitas e expressivas celebrações realizadas nos diversos lugares onde nós, pavonianos, estamos presentes. Que alegria ver que nosso santo fundador é conhecido e venerado em tantas partes do mundo e como o carisma continua se inculturando em diversos lugares. Este é um motivo para dar graças a Deus, pois conhecer este homem mudou e continua mudando e dando sentido a nossas vidas e à vida de tantas pessoas. Em alguns lugares, foi feita também a marcha pavoniana, recordando o caminho feito por São Ludovico Pavoni de Bréscia a Saiano, para pôr a salvo seus jovens. Fizemos as 24 horas de adoração, todos unidos como Família, pedimos ao Senhor pelas vocações, pela paz no mundo e por nossos irmãos e irmãs enfermos ou em situações de dificuldade. A Família que reza unida permanece unida. Todos elevamos nosso coração a Deus para que continue abençoando e olhando com amor e predileção nossa Família. No dia 28 de maio, ir. Jay-Ar emitiu seus votos perpétuos, nas Filipinas. Peçamos por ele, para que o Senhor lhe conceda o dom da fidelidade e a perseverança.
Ultimamente, vivemos, na Igreja, dois acontecimentos muito significativos:
a) A morte e o funeral de papa Francisco com numerosíssima assistência de mandatários políticos, de clérigos e fiéis leigos de todo mundo. Despedimos dele com tristeza, mas também com a alegria que brota da fé na ressurreição do Senhor e na nossa. Oxalá não esqueçamos seu magistério e sua concepção de uma Igreja missionária em saída; uma Igreja onde todos podem entrar; uma Igreja que põe no centro o evangelho e vai ao essencial; uma Igreja unida e em comunhão, fraterna e sinodal; uma Igreja que luta pela paz e pela justiça e tem predileção pelos pobres; uma Igreja que tem cuidado pela casa comum, a partir de uma ecologia integral e uma Igreja que não julga nem condena, mas que acompanha, compreende e oferece o perdão gratuito de Deus…
b) A eleição do papa Leão XIV, em um conclave bastante rápido, onde a ação do Espírito guiou os cardeais para elegerem o papa que a Igreja e o mundo necessitam, neste momento. Parece inevitável fazer comparações entre eles. Nós, também, podemos cair neste perigo. Penso que isto não seja bom. O papa Leão XIV não pode e nem deve ser um clone ou uma repetição do papa Francisco. Cada um tem sua formação, sua experiência espiritual, seu caminho pastoral, cada um deles deve exercer o serviço petrino
segundo os dons recebidos de Deus. O importante é que seja um homem de Deus e, a exemplo de Deus, se ocupe das coisas dos homens, ajude a Igreja a viver em fraternidade e a responder aos desafios do mundo atual. Rezemos para que possa seguir a senda traçada por papa Francisco, que não é outra senão a do evangelho e do Concílio Vaticano II. Colocamos a pessoa do novo papa e seu serviço à Igreja universal sob a proteção de Maria Imaculada e de São Ludovico Pavoni.
No dia 7 de junho, em Milão, será ordenado sacerdote nosso querido pe. Macdonald. É o primeiro pavoniano sacerdote da Nigéria, onde a Congregação tem uma presença neste país graças à disponibilidade e generosidade do pe. Flavio e pe. Héctor. Peçamos a proteção de nosso padre fundador sobre pe. Macdonald, sobre pe. Flavio e pe. Héctor.
O mês de junho é o mês dedicado ao Coração de Jesus. Peçamos que nos dê a graça de ter um coração sensível e misericordioso. Isto nos ajudará a amar nossos irmãos como ele nos ama, abrirá nossa mente e nosso coração para valorizar a diversidade e a pluralidade. Deus está presente em todos nós e todos somos expressão de sua bênção. Confiamos ao Coração de Jesus a mente e o coração dos mandatários do mundo para que sejam possível a paz e a concórdia entre os povos.
De 21 a 23 de maio, participei do encontro semestral de superiores gerais (USG) com o lema: “Testemunhas de esperança”. Tivemos a oportunidade de escutar algunas palestras muito interessantes, o testemunho de quatro jovens religiosos sobre sua esperança e a palestra do cardeal Mario Grech (Secretário do Sínodo) sobre a “Vida Consagrada, sinal de esperança em uma Igreja sinodal”. Trabalhamos por grupos sobre uma questão interessante: Que sinais de esperança encontras em tua Família religiosa? Pensei muito na situação atual de nossa realidade de Família pavoniana, religiosos e leigos fraternalmente unidos. Partilhei com os outros superiores gerais do meu grupo quais são os sinais de esperança e, agora, faço com vocês. Partindo do conhecimento e da experiência adquiridos por meio de minhas visitas às diferentes realidades pavonianas, percebo os seguintes:
1. Existe muita santidade e vida interior, muita paixão educativa em religiosos e leigos. Encontro pessoas que tentam ser elo de união e fraternidade. Pessoas que sabem olhar a realidade com o olhar de Deus, olhar o bem que há nos outros; pessoas que sabem viver o essencial com humildade e simplicidade; pessoas agradecidas a Deus pelo dom da vocação pavoniana e a vivem com alegria; pessoas que vivem a pobreza,
dedicando-se seriamente e com generosidade à missão; pessoas que se doam sem medida, sem exigir nada em troca. Encontro religiosos e leigos que vivem sua situação de enfermidade e fragilidade com paciência, oferecendo seu sofrimento pelo mundo, pela Igreja e pela Congregação.
2. A atualidade e validez de nossa espiritualidade e carisma. O bem que nossas presenças estão fazendo a tantos adolescentes e jovens, em diversas partes do mundo.
3. O caminho que estamos fazendo como “Família carismática”, em “missão compartilhada”. Esta é uma realidade em nossa Família, mesmo que nos falte ainda muito caminho a percorrer, especialmente no envolvimento afetivo (vocacional) e no sentido de pertença à Família Pavoniana com um projeto e uma missão em comum.
4. A chegada de jovens a nossas comunidades para fazer um caminho de discernimento e vários deles com uma resposta positiva ao chamado do Senhor para segui-lo como pavonianos, por meio da profissão dos conselhos evangélicos em nossa Família. Isto é uma responsabilidade e um desafio para nós e, ao mesmo tempo, uma bênção e uma graça de Deus.
5. A generosidade e disponibilidade dos irmãos para continuarem expandindo o carisma, lá onde o Espírito nos leva, lá onde formos necessários, não obstante a escassez de recursos humanos e econômicos. Vejo que ainda continua viva entre nós a capacidade de sonhar, confiando sempre na divina Providência.
6. Nossa abertura para caminhar no mundo atual, sendo sinais vivos dos valores evangélicos, em comunhão com a Igreja e a Vida Consagrada de nosso tempo. Em geral, temos boa relação e envolvimento com a Igreja local, diocesana e universal, assim como com outros carismas e movimentos cristãos.
Estes e outros aspectos vejo como sinais de esperança em nossa Família Pavoniana. Vejo também que temos que crescer em âmbito geral em alguns destes aspectos que existem, mas são um pouco frágeis:
1. Fraternidade e espírito de Família. Vejo com satisfação que as atividades prosseguem, os problemas econômicos de uma maneira ou de outra são solucionados. O verdadeiro problema se cria nas relações interpessoais entre os religiosos, entre os leigos e entre os leigos e os religiosos. Encontro situações onde a escuta, o diálogo, a capacidade de perdão e a empatia escasseiam. Isto é um escândalo para os que nos olham, é um
contratestemunho que nos faz pouco acreditados. Papa Leão XIV disse: "Contudo, a vida é feita de encontros, e nesses encontros nos revelamos tal e como somos. Encontramo-nos frente ao outro, frente a sua fragilidade e sua debilidade e podemos decidir o que fazer: cuidar dele ou fingir que nada acontece […]. A compaixão se expressa por meio de gestos concretos. Pede-nos estar dispostos a reduzir as distâncias, a nos comprometermos, a nos sujarmos se for necessário, a assumirmos a dor do outro e nos darmos, indo a seu encontro, porque o próximo é para nós alguém vizinho" (Catequesse- quarta-feira, 28-5-2025). É verdade, se a fé e a vocação pavoniana não nos fazem mais humanos, não são verdadeiras. Quanto mais humanos formos em nossas relações com os outros e em nossa sensibilidade para com os problemas da humanidade, mais cristãos e mais pavonianos seremos.
2. Paixão educativa. Nosso ser para os jovens é estar com os jovens. Às vezes, encontro mais paixão educativa nos leigos do que nos religiosos. Não nos afastemos dos adolescentes e dos jovens mais necesitados. Eles são para nós a voz de Deus como o foram para nosso fundador.
3. Crescer como Família pavoniana composta de religiosos e leigos. Como dizia, anteriormente, nossas atividades são levadas adiante por religiosos e leigos e algumas com o envolvimento direto somente de leigos. É responsabilidade dos religiosos ajudar os leigos a crescerem em carismaticidade e sentido de pertença à Família Pavoniana, agente da única missão. Somos os religiosos os que devemos transmitir aos leigos a paixão educativa pavoniana, se for necessário também com palavras, porém, especialmente, com a vida vivida com alegria. Temos que crescer em “missão compartilhada”.
Comunico oficialmente que o ir. François Zongo e o noviço Yentema Lompo, de Burkina Faso, deixaram a Congregação. Peçamos por eles para que o Senhor lhes mostre o caminho onde segui-lo e possam realizar a missão que lhes reserva. Agradecemos ao Senhor a oportunidade que nos deu de ajudá-los a discernir sua vocação.
Agenda do mês
- Celebração dos 100 anos da Associação de Antigos Alunos de Bréscia;
- 7 : Ordenação sacerdotal de pe. Macdonald, na catedral de Milão;
- 8: Primeira missa de pe. Macdonald, em nossa paróquia de Milão, São João Evangelista;
- 8: Encontro dos antigos alunos de Pavía;
- 20-22: Conselho Geral Ampliado, em Lonigo;
- 23: Conselho Geral, em Lonigo;
- 26-7 julho: Visitarei as comunidades da Colômbia.
Ponho o caminho de toda nossa Família sob a proteção da Virgem Imaculada, nossa querida Mãe e de nosso Santo fundador, São Ludovico Pavoni. Invoco para todos nós o amor e a miséricordia do Coração de Jesus. Que ele reine em nossa Família (religiosos, leigos, adolescentes e jovens).
Um abraço fraterno e sempre agradecido,
Ricardo Pinilla Collantes
Bréscia, 30 de maio de 2025
